REPÚBLICA DA ATEIA território: bacia do Mediterrâneo; capital: Ibiza Malta pode ser um último reduto, a gente não se importa.

25.8.07

Não existem tios

Acreditar que um substantivo se transforma em adjectivo é uma forma enviesada de moralismo.

Não conheço tios. Eu coço os colhões e penso, procuro e nada. Duas mãos, duas pernas, uma cabeça. Seres humanos.

Achar que tios existem, como quem pensa que existem cosmonautas é tonteria. Uns vestem sobrinhos com camisolas Gap, outras descoloram madeixas e usam berloques, todos lhes chamam tios, mas o que é isso de ser tio? O que conheço são irmãos de pais, cunhados de pais, irmãs de mães e etc.

15.8.07

Proposta para Lei da caça


Aqui na Ateia propõe-se a Lei da caça. Tiro ao prato em campo de tiro. Em alternativa uma consola no conforto do lar.

14.8.07

Redução do número de imigrantes em PT

Depois de ter lido ontem a notícia, creio que no DN online, fiquei a pensar no assunto e esperei por hoje para ver as reacções de preocupação de políticos, comentadores, bloggers e claro, do PR. Nada. Então? Na semana passada tudo histérico com a baixa reprodutividade em Portugal, esta semana ninguém liga nenhuma à sustentabilidade da segurança social, ao equilíbrio de natalidade versus mortandade nem ao enriquecimento genético da População (João Mirandaaaaaaaa!).
Hoje também procurava no DN e JN online, mas nada. Ou não tenho as ferramentas ou desapareceu mesmo. Só encontrei a notícia aqui, no entanto esta ainda estava no DN...

12.8.07

Proposta de lei para a Ateia

Drogas de qualidade para todos! Porque razão apenas os ansiolíticos, anti-depressivos e relaxantes musculares têm qualidade controlada?
Proposta para uma rede de bancas de controlo de qualidade.
Check-in

10.8.07

As tardes da Júlia

Este é um testemunho na primeira pessoa de uma criança traumatizada pela vivência no lobbi gay desde tenra idade.
"Tudo começou quando tinha 11 anos de idade. Os meus pais levaram-me ao meu primeiro Gay Pride nesse verão. Eu confiava muito nos meus paizinhos e sempre fui com eles para todo o lado, não achava que eles me poderiam levar a sítios e eventos que me fossem prejudicar tanto e traumatizar para o resto da vida. Nessa festa não se passou nada de especial, apenas encontrámos algumas pessoas conhecidas, amigos dos meus pais e alguns vizinhos. Havia gente a dançar, umas mais vestidas que outras. Algumas envergavam roupas de lycra, outras de cabedal, algumas até latex apesar do calor. Havia umas bancas que distribuíam preservativos de graça, eu até já tinha visto os anúncios de preservativos e na escola já tínhamos falado entre colegas sobre eles, mas assim ao vivo chocou-me, foi uma coisa da qual nunca mais me esqueci.
A partir daí começámos a frequentar apenas o bairro gay da cidade. Só íamos aos cafés e lojas da cena gay. Para comprar roupa para mim era difícil, mas sempre encontrávamos algumas peças, sobretudo em lycra, até porque alguns clientes dessas lojas gostavam muito de roupas assim justas e alguns números abaixo para evidenciarem atributos físicos. As férias eram invariávelmente em Mikonos e Lesbos. Na escola falavam dos filmes que viam, do Nemo, do Toy Stories e eu sentia-me ostracizada porque só via Fassbinder, Almodóvar e clássicos do star system. Não tinha conversa com os meus colegas.
Aos 15 anos rebelei-me e com algum dinheiro que tinha guardado das minhas semanadas consegui comprar umas roupas de algodão na HM. Desde aí a relação com os meus pais é muito tensa e há muita dificuldade em me aceitarem e nem foram à cerimónia religiosa do meu casamento.
Ainda hoje só consigo vestir no estilo Laura Ashley.
Julia"

Dedicatória II

Dedicatória I

8.8.07

a letra G.

Acho que tenho um espírito aberto, procuro compreender os outros, mesmo na católica apostólica, aceito bem a fé dos outros, etc. Não sou um homosexualista fundamentalista, a sério que não sou. Não faço questão de ir a paradas gay, nunca contei mas acho que a maioria dos meus amigos não chupa pela palhinha, gosto de sítios onde todos se sintam confortáveis, acho as crianças adoráveis (algumas e só as dos outros) e não sinto qualquer ímpeto em me casar de véu e grinalda (nem de fato). Acredito na singularidade de cada pessoa, seja nas ideias seja na sexualidade, por isso confesso que me faz alguma espécie o lobbi gay. Confesso também que me aborrece ser identificado pela minha orientação sexual, porque na verdade sou muito mais complexo que isso. Ou seja, eu não sou só aquilo que faço sexualmente. Mas também sou. A lei também discrimina os indivíduos pela sua singularidade e impede o acesso a direitos e regalias a grupos porque se distinguem pela sua sexualidade. É com base nisto, e apesar de durante muito tempo ter sido contra aquilo que considerava mimetismo, sou a favor de casamentos civis para pessoas do mesmo sexo. Relativamente a adopção de crianças passa-se o mesmo, e não é tanto pelo direito a adoptar, mas pelo direito a ser adoptado por pessoas que considero tão competentes como outras a educar, cuidar e fazer crescer e amar.
Agora ao que interessa. O Carlos G. Pinto (adoro a assinatura) acha que uma parada gay, que existe porque houve e há uma discriminação, preconceito, etc, é uma manifestação de cariz sexual que não deve contar com a participação de crianças e adolescentes. Depois de vários diálogos, uns mais produtivos que outros, continuo sem perceber a razão de tanto celeuma. Ele é contra o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, apesar de aceitar a união de facto - não me refiro a termo jurídico mas que vai dar ao mesmo-, é favorável à adopção por homosexuais. Será que acha que um casal gay que adopte vai esconder que dormem no mesmo quarto à criança adoptada? Bem, surgem-me assim em catadupa imensas questões de ordem prática e que sugerem a confrontação de crianças com orientações sexuais diversas e continuo sem perceber até que ponto é possível que haja uma aceitação social e combater preconceitos sem que as crianças participem.
Por outro lado a minha própria experiência de vida numa sociedade, ainda, bastante machista e machota, diz-me que a minha escolha do objecto sexual não é determinada pelo que vejo ou pelo que me é imposto.
Outra coisa que não consigo perceber é o que é que o Carlos G. (assim é mais curto) quer dizer com cariz sexual. Já estive em algumas paradas gay e nunca mas nunca vi mais nada do que demonstrações de afecto em público e insinuações sexuais, a maior parte das quais uma criança não iria perceber. Assim como não percebe determinadas tradições e costumes numa festa de casamento.


what else is new?

isto é muito grave?

Não concebo uma sociedade liberal onde o espaço público reprime as liberdades reais de alguns e onde certos modos de vida não são aceites.

e o resto dos links estão por aí

A grande batalha do bem contra o mal

Fui citado para um post num blog neoconservador/neoliberal/etc. Confesso que fico lisonjeado, não pelo contexto - já conhecemos os objectivos, características e métodos dos moralistas (aqui não resisti a parafrasear a PL!). É mesmo vaidade pela simples citação.

Agora fico na dúvida, explico melhor a frase citada? Respondo? Será mesmo preciso. É isto aquilo que se diz da infantilização da sociedade moderna? Pelo sim pelo não, e não sem vaidade, digo qualquer coisinha.

 
Site Meter