Este é um testemunho na primeira pessoa de uma criança traumatizada pela vivência no lobbi gay desde tenra idade.
"Tudo começou quando tinha 11 anos de idade. Os meus pais levaram-me ao meu primeiro Gay Pride nesse verão. Eu confiava muito nos meus paizinhos e sempre fui com eles para todo o lado, não achava que eles me poderiam levar a sítios e eventos que me fossem prejudicar tanto e traumatizar para o resto da vida. Nessa festa não se passou nada de especial, apenas encontrámos algumas pessoas conhecidas, amigos dos meus pais e alguns vizinhos. Havia gente a dançar, umas mais vestidas que outras. Algumas envergavam roupas de lycra, outras de cabedal, algumas até latex apesar do calor. Havia umas bancas que distribuíam preservativos de graça, eu até já tinha visto os anúncios de preservativos e na escola já tínhamos falado entre colegas sobre eles, mas assim ao vivo chocou-me, foi uma coisa da qual nunca mais me esqueci.
A partir daí começámos a frequentar apenas o bairro gay da cidade. Só íamos aos cafés e lojas da cena gay. Para comprar roupa para mim era difícil, mas sempre encontrávamos algumas peças, sobretudo em lycra, até porque alguns clientes dessas lojas gostavam muito de roupas assim justas e alguns números abaixo para evidenciarem atributos físicos. As férias eram invariávelmente em Mikonos e Lesbos. Na escola falavam dos filmes que viam, do Nemo, do Toy Stories e eu sentia-me ostracizada porque só via Fassbinder, Almodóvar e clássicos do star system. Não tinha conversa com os meus colegas.
Aos 15 anos rebelei-me e com algum dinheiro que tinha guardado das minhas semanadas consegui comprar umas roupas de algodão na HM. Desde aí a relação com os meus pais é muito tensa e há muita dificuldade em me aceitarem e nem foram à cerimónia religiosa do meu casamento.
Ainda hoje só consigo vestir no estilo Laura Ashley.
Julia"
"Tudo começou quando tinha 11 anos de idade. Os meus pais levaram-me ao meu primeiro Gay Pride nesse verão. Eu confiava muito nos meus paizinhos e sempre fui com eles para todo o lado, não achava que eles me poderiam levar a sítios e eventos que me fossem prejudicar tanto e traumatizar para o resto da vida. Nessa festa não se passou nada de especial, apenas encontrámos algumas pessoas conhecidas, amigos dos meus pais e alguns vizinhos. Havia gente a dançar, umas mais vestidas que outras. Algumas envergavam roupas de lycra, outras de cabedal, algumas até latex apesar do calor. Havia umas bancas que distribuíam preservativos de graça, eu até já tinha visto os anúncios de preservativos e na escola já tínhamos falado entre colegas sobre eles, mas assim ao vivo chocou-me, foi uma coisa da qual nunca mais me esqueci.
A partir daí começámos a frequentar apenas o bairro gay da cidade. Só íamos aos cafés e lojas da cena gay. Para comprar roupa para mim era difícil, mas sempre encontrávamos algumas peças, sobretudo em lycra, até porque alguns clientes dessas lojas gostavam muito de roupas assim justas e alguns números abaixo para evidenciarem atributos físicos. As férias eram invariávelmente em Mikonos e Lesbos. Na escola falavam dos filmes que viam, do Nemo, do Toy Stories e eu sentia-me ostracizada porque só via Fassbinder, Almodóvar e clássicos do star system. Não tinha conversa com os meus colegas.
Aos 15 anos rebelei-me e com algum dinheiro que tinha guardado das minhas semanadas consegui comprar umas roupas de algodão na HM. Desde aí a relação com os meus pais é muito tensa e há muita dificuldade em me aceitarem e nem foram à cerimónia religiosa do meu casamento.
Ainda hoje só consigo vestir no estilo Laura Ashley.
Julia"
1 comment:
bom comeco
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